segunda-feira, 23 de julho de 2012

Disney, Decadência



Basicamente é um movimento pendular: ora no topo da criatividade, ora nem tanto. O importante é ressaltar que não é só por conta de um filme ou outro mediano (como Carros 2), que iremos julgar a trajetória da Pixar como um todo.

A própria Disney já passou por essa crise uma vez e, de certa forma, volta a ter problemas parecidos no setor criativo.

Rápida retrospectiva da Disney: Os "anos dourados" do estúdio por assim dizer começaram com os longas-metragens produzidos no início dos anos 1930 (com a estreia de "Branca de Neve e os Sete Anões") até o início da dec. de 1960, com a morte de Walt Disney (a partir de Mogli - este último filme dirigido por ele).

A decadência criativa do estúdio realmente começou no final no início dos anos 1980, marcado por filmes inexpressivos tais como "O Cão e a Raposa" (embora eu goste) e "O Caldeirão Mágico", quase levando a Casa do Mickey a bancarrota.

Seu ressurgimento veio no final da mesma década com uma equipe criativa de roteiristas e artistas (tais como Glen Keane, Andreas Deja, Eric Goldberg entre outros) que aprenderam com os veteranos dos tempos áureos da Disney, buscando novas ideias e peitando de frente executivos, trazendo assim os novos clássicos que conhecemos (A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, Aladdin, O Rei Leão, etc.).

De meados da década de 1990 pra cá, a Disney voltou a cair na mesmice, não há como negar. Poucos foram os filmes depois de "O Rei Leão" que realmente inovaram e tornaram-se icônicos. E isso somado a uma péssima administração do Ex-Ceo da Disney, Michael Eisner, e a grande rivalidade que tinha com o presidente, Roy Disney Jr. (sobrinho de Walt e falecido recentemente), o estúdio chegou ao cúmulo de não mais produzir filmes de animação tradicional (2D).

Não é coincidência dizer que o declínio de um tem a ver com a ascensão de outra casa criativa, a Pixar.

Hoje a Disney tenta se reinventar. Há pouco tempo atrás voltou a produzir longa de desenho animado com "A Princesa e o Sapo" (já sobre a administração de ninguém menos do que John Lasseter - um dos cérebros por trás da Pixar); Embora saibamos que ainda há muito ainda a ser feito...

Em suma: é questão de darmos um tempo e ver como será o desenrolar dessas continuações e de filmes originais. Por enquanto, o legado da Pixar é mais do que positivo (lembre-se, que as 2 continuações de Toy Story superaram as expectativas de muitos céticos).

Se, por ventura, a coisa realmente começar a desandar de vez, aí sim é bom nos preocuparmos. A meu ver até lá ainda temos muita água pra rolar.


Um comentário:

  1. "Não é coincidência dizer que o declínio de um tem a ver com a ascensão de outra casa criativa, a Pixar."

    Na verdade, meu amado, a Pixar nunca foi uma "outra casa criativa", a "casa criativa" foi e sempre será a Disney. A Pixar foi e sempre será apenas um estúdio de animação, que pega a criatividade pronta da Disney e transforma numa interface gráfica (filme). E também Disney e Pixar não são duas, mas uma. Faz anos que a Disney comprou e administra a Pixar.

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